terça-feira, 5 de abril de 2011

Revista Zona - Ponto de Situação


Após o lançamento da Zona Monstra, o sexto volume da revista Zona, penso que já se exige fazer uma espécie de balanço e uma revisão daquilo que ficou para trás.

No passado fim de semana estivemos presentes no Anigamix, um evento de BD, animação, videojogos e entretenimento, que teve lugar na Exponor. Aí, além de apresentarmos o novo volume da publicação, e apesar dos problemas técnicos, recebemos também o prémio de melhor projecto de BD no âmbito dos VIII Troféus da Central Comics. É claro que qualquer prémio vale o que vale, não é com certeza por isso que conduzimos este projecto, mas é algo que muito nos orgulha e dá força para continuar.


Ora portanto, recuando até 2009, a Zona apareceu sob a alçada de Fil, um autor de banda desenhada que, após ter assistido ao lançamento do fanzine "Murmúrios das Profundezas", começou a sentir-se determinado em criar a sua própria publicação. Inicialmente a ideia era incluir apenas trabalhos seus mas cedo percebeu que o projecto poderia ter ainda mais viabilidade e força se se aliasse a todo um leque de novos autores nacionais (e não só) que não conheciam ainda plataformas que lhes permitissem mostrar os seus trabalhos. E foi num blogue que o projecto começou a dar os primeiros passos: desde o nome ao logótipo (criado por Eduardo Monteiro), desde as colaborações às sugestões, com a participação virtual de vários artistas que viriam mais tarde a integrar a revista.


Nascia então o ainda fanzine Zona Zero (capa do próprio Fil) que seria mais tarde lançado no Festival de Beja, numa apresentação sem exemplares impressos mas que, além do Fil, contou comigo e com o Hugo Teixeira. Depois da azáfama do lançamento, nenhum de nós sabia ainda muito bem o que estava a fazer, os fanzines lá chegaram e traziam uma qualidade acima da média para publicações deste tipo, com cerca de 40 páginas a cores entre autores nacionais e alguns estrangeiros. Para primeiro ensaio, tinha sido um sucesso.


Por isso, era coisa para continuar. E não demorou muito até que o Fil desenvolvesse mais uma parceria para lançar o número seguinte, desta vez com o festival de cinema de terror MOTELx. O novo número chamar-se-ia Zona Negra (capa do Eduardo Monteiro) e seria o primeiro a respeitar um único tema, com cerca de 50 páginas a preto e branco. Na apresentação ao público realizada por um autor já mais "escaldado" nestas lides, o João Maio Pinto, em pleno cinema São Jorge, fez-se notar uma maior afluência de artistas e apoiantes, claro indício de que o projecto estava definitivamente no bom caminho. Na sequência disso, foi nesse mesmo dia que propus que a Zona começasse a ser feita a "4 mãos", partilhando desde então as tarefas de gestor, editor e financiador da revista com o meu sócio e "camarada de armas" Fil.


Consequência da nossa parceria e trabalho de equipa foi o número seguinte da já revista alternativa de BD e ilustração (sim, porque a partir dessa altura passou a ser publicada sob a chancela da empresa do Hugo Teixeira para poder estar nos pontos de venda), a Zona Fantástica (capa da Carla Rodrigues) foi apresentada em 2010 no festival de cinema fantástico Fantasporto. Era o maior número até à data, cerca de 80 páginas a cores com muitos autores repetentes e ainda mais estreantes... e as vendas correram particularmente bem, dado que os primeiros 200 exemplares voaram logo na primeira semana obrigando-nos a solicitar uma segunda edição. Além disso, foi também o primeiro número a figurar nas estantes da FNAC entre outras livrarias da especialidade.



E como "os bons filhos à casa tornam", honrámos o nosso compromisso com o Festival de BD de Beja e apresentámos nova revista no certame de 2010. A Zona Gráfica foi a segunda, depois da Zona Zero, a não ter um tema definido e a primeira a ser lançada em dois volumes: volume I com 106 páginas a preto e branco (capa de Z! ou, se preferirem, José Pinto Coelho) e o volume II com 52 páginas a cores (capa de Manuel Alves). Esta nova Zona apresentava ainda mais duas novidades que se iriam manter para os números posteriores: uma secção de entrevistas e a inclusão de textos literários ilustrados. Era cada vez maior o número de autores, alguns deles mais conhecidos como o Richard Câmara ou o Filipe Andrade, e o projecto começava a conquistar o seu espaço no panorama editorial português (pelo menos no que à banda desenhada dizia respeito).


Ainda em 2010 e num processo que se revelou no mínimo escabroso por responsabilidade da gráfica, não estando exemplares da revista presentes no dia da sua própria apresentação ao público no Festival de BD da Amadora, era publicada a Zona Negra 2 (capa do Ricardo Reis). O tema continuava a ser o terror, embora não se tenha repetido a parceria com o MOTELx, e desta vez contava com cerca de 100 páginas a preto e branco. Portanto, e como seria de esperar, a sequela era um enorme upgrade e bem mais maduro do que aquele que fora o seu antecessor.


Já neste ano, e sob a alçada da Tentáculo (uma associação cultural sem fins lucrativos, fundada por mim e pelo Fil para apoiar a Zona e outros projectos editoriais dos seus associados), surgiu a Zona Monstra (capa do Filipe Andrade) apresentada no programa do festival de cinema de animação com o mesmo nome, curiosamente na mesma sala do São Jorge onde fora lançado uns meses antes a Zona Negra. O tema das suas 92 páginas a cores era, como não podia deixar de ser, os monstros, e o lançamento contou com a exibição de curtas de animação realizadas por alguns dos autores e também por outras novidades.

É já sabido que a Zona vai passar a ser gerida/editada por mais um colaborador: o Miguel Peres, que além de editor de vídeo e realizador de cinema é ainda apaixonado por BD e aspirante a argumentista. A sua integração na equipa além de trazer sangue fresco e energia ao projecto traz também algo que já pensávamos há muito fazer: uma espécie de Zona TV com entrevistas em vídeo, filmes dos eventos/lançamentos, teasers, animações e muito mais.

O projecto está vivo e recomenda-se, crescendo e desenvolvendo-se como pode e como lhe deixam nos tempos que correm. Tem sido um prazer encabeçá-lo e sentir o entusiasmo de tantos autores e amigos por todo o país... Quanto mais não fosse por eles, todo este esforço valeria a pena. Da minha parte fica um titânico MUITO OBRIGADO a todos e o apelo para ficarem atentos a qualquer outra novidade. Não deixem de nos acompanhar, seja aqui ou no blogue da Zona. Julgo que irá valer a pena...

Ainda em 2011, além do canal no youtube, iremos lançar a Zona Gráfica 2 no Festival de Beja e uma espécie de edição internacional, com uma selecção de trabalhos traduzidos em inglês, para ser disponibilizada num site de print on demand. Isto entre outras coisas que se saberão a seu tempo.

E agora, para finalizar, vou dar uma de Geraldes Lino (Hey amigo! eheh) e deixar aqui uma lista por ordem alfabética de todos os autores que já colaboraram com a revista:

Adelina Menaia
Ana Duarte Oliveira
Ana Vidazinha
André Adónis
André Caetano
André Lima Araújo
André Oliveira
António Agonia Sampaio
António Valjean
Bárbara Lourenço
Bruno Bispo
Caio Majado
Carla Rodrigues
Carlos Páscoa
Catarina Guerreiro
César Évora
Cristiano Baptista
D. Ramirez
Daniel "Pez!" Lopez
David Lopes
Diana David
Diana Waldshreck
Diogo Campos
Eduardo Monteiro
Eric Ricardo
Fil
Filipe Andrade
Filipe Coelho
Filipe Duarte
Gabriel Martins
Geoff Sebesta
Gustavo Carreira
Hugo Teixeira
JB Martins
JCoelho
Joana Afonso
João Amaral
João Ataíde
João Figueiredo
João Raz
João Sousa
João Vasco Leal
Justin Humphries
Locato Buscaglia
Luís Lourenço Lopes
Manuel Alves
Manuel Morgado
Marc Figueiredo
Maria João Careto
Mariana Perry
Matheus Moura
Miguel Gabriel
Miguel Santos
Nuno Amado
Nuno Frias
Patrícia Andrade
Paulo Marques
Pedro Carvalho
Pedro Nascimento
Quico
Roberto Macedo Alves
Ricardo Correia
Ricardo Reis
Richard Câmara
Rod!
Rodolfo Buscaglia
Rui Alex
Rui Ferreira
Rui Simões
Sebastián Luqué
Sónia Brochado
Sónia Carmo
Sónia Oliveira
Tiago Pimentel
Véte
Victor Freundt
Z! (José Pinto Coelho)