terça-feira, 30 de julho de 2013

A bater as asas


A espera enquanto conceito é, para mim, sempre um pouco agridoce... No entanto, quando se vê crescer algo que nos vai enchendo as medidas vale muito a pena esperar.

HAWK é um álbum de banda desenhada escrito por mim, que está a ser ilustrado pelo Osvaldo Medina, com cores da Inês Falcão Ferreira e edição do Mário Freitas com a chancela Kingpin Books.

Vou colocando aqui as novidades.

sábado, 13 de julho de 2013

Sick of saying goodbye


Como já foi anunciado aqui, estou a colaborar com a Joana Afonso numa série de comics intitulada Living Will. O primeiro é possível que saia ainda este ano. Entretanto postarei novidades quando for oportuno.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Carta aberta ao Geraldes Lino


Geraldes Lino desenhado por João Sequeira


Este blog nunca serviu para escrever demasiado (aliás, está no próprio nome do mesmo que é suposto haver "menos conversa e mais BD"), mas há momentos em que sentimos que temos coisas para dizer e não é senão terapêutico e justo que o façamos com todas as palavras necessárias. Quem me conhece sabe que não me abstenho de falar dos meus sentimentos, não sou de esconder as emoções, e eu por achar que sempre o fiz demasiado tenho tentado refrear um pouco os ânimos nos últimos anos. Assim, há pessoas de quem gosto e que muito admiro que se calhar nunca chegarão a ouvir da minha parte tudo aquilo que gostaria de lhes confessar... É absurdo mas é assim e suspeito que não serei o único a sofrer do mesmo problema.

Desde que me conheço que gosto de contar histórias. Boas ou más cabe aos outros julgar mas é algo que faz parte da minha génese e que não me imagino a abandonar por mais voltas que dê a vida. Os textos ilustrados em sequência estiveram na base da minha formação como criativo e mesmo como ser pensante, o apreço pela banda desenhada é algo que hoje tenho o prazer de partilhar com muita gente entre amigos, companheiros de estúdio, colaboradores e outros com quem tenho conversas ocasionais. É paixão e é sangue. É meu.

Quem acompanha o panorama (detesto que lhe chamem "mundo") da BD nacional sabe perfeitamente quem é o Geraldes Lino, portanto dispensa apresentações. Quem não acompanha e está a ler este texto saiba apenas que ao longo de toda a sua vida personificou inteiramente as palavras que escrevi no parágrafo anterior: um percurso dedicado ao exercício, à divulgação e à projecção de uma das coisas que mais ama e que mais prazer lhe dá. Um amor à arte que é incondicional, como o de um pai ou de um irmão, que envolveu grandes sacrifícios e em que todos os desafios perfilados foram superados sem preguiças, sem olhar para trás, sem segundas intenções.

A quantidade de jovens autores que o Geraldes Lino apoiou e ajudou ao longo das décadas faz com que haja hoje uma legião de pessoas que lhe estão pelo menos tão gratas quanto eu. E isso é uma coisa maravilhosa de se conseguir, seja qual for o tempo da História em que se viva. É um bem grandioso que engrandece o indivíduo, maior do que qualquer homenagem ou condecoração que se possa oferecer. Quando ainda não havia internet era mais difícil para uma criança encontrar soluções de aprendizagem para a arte da sua eleição, para se instruir e para crescer. Quando se conhecia gente com os mesmos interesses era tudo mais fácil mas quando isso não ocorria às vezes a diferença estava na vontade abnegada de "ir à luta" ou no simples pormenor de se conhecer a pessoa certa. O Geraldes Lino foi a pessoa certa para muita gente. E não há nada no mundo que lhe pague isso.

Criou e organizou a Tertúlia de BD de Lisboa durante quase trinta anos. Um encontro mensal que frequentei durante muito tempo e que ainda frequento ocasionalmente. Em todos os certames apresentou e homenageou dezenas e dezenas de pessoas, sem nunca parar para jantar como os outros, sempre a saltar de mesa em mesa e a distribuir fanzines e textos acerca do tema que ali nos unia. Sempre com a mesma vontade e com o mesmo entusiasmo, daqueles que dão que pensar e que vão connosco para casa. Que servem de exemplo.

Agora, afastou-se da Tertúlia e tenciona afastar-se também gradualmente do resto, por motivos de saúde. Fala-se de uma homenagem e eu lá estarei seja onde ou quando for. Mas não há homenagem que não acabe em vazio porque todas têm um fim, nenhuma dura para sempre.
Numa nota pessoal, mais do que qualquer demonstração de afecto e respeito, do que este texto ou de qualquer outra coisa que possam dizer-lhe ou dedicar-lhe, o que realmente me emociona é a marca. A marca que ele deixou no meu sentido de tarefa e missão, de querer ser melhor e de tentar ajudar os outros, uma marca que me deu coragem e que ainda hoje motiva nos momentos menos bons. Não serei especial para ele mas ele é para mim.

Queria deixar este desabafo, porque a criação no Homem está sempre num tropel de emoções. Um abraço enorme, dos nossos, a alguém que tanto me deu, para que tenha ideia do que significa. Um agradecimento a quem assumiu a tarefa de continuar a organizar a Tertúlia de BD, para não deixar morrer algo com tanta alma e História.

Para que se perceba o que é ter pela arte um amor sem limites.
Para que nunca se deixe de ser curioso, independentemente das primaveras que se conte.
Ou simplesmente para que se saiba que fanzine é uma palavra masculina.

Não te afastes demasiado, meu querido amigo.
Ainda tens de vir fazer a melhor banda desenhada de sempre.

(esta só apanha quem conhecer a música).

Abraço e até sempre

André Oliveira

quinta-feira, 4 de julho de 2013

"Todas as cores do mundo" com Susana Carvalhinhos





BD publicada na edição de Junho da revista CAIS.