BD publicada na edição de Julho/Agosto da revista CAIS.
segunda-feira, 4 de julho de 2016
sexta-feira, 17 de junho de 2016
Anicomics Lisboa 2016
O que é que o festival Anicomics e O Incrível Tarantantan de Balbino o Esfutricador têm em comum? Tudo e nada.
Tudo porque o certame é organizado pela livraria e editora Kingpin Books, a mesma que publicou o Balbino em parceria com a Ave Rara. Nada porque enquanto um é um evento sério, sempre em crescimento e com uma organização profissional e respeitável, outro é um sem fim de macacada em BD que tem mesmo de se ler para acreditar que é real.
O Anicomics Lisboa 2016 é já este fim-de-semana, 18 e 19 de Junho, pela primeira vez no extraordinário espaço do Fórum Lisboa, e promete um pouco de tudo: desde a BD ao gaming, passando pelo steampunk, mangá e cosplay. Eu e o Pedro Carvalho faremos então uma apresentação do nosso mais recente álbum de banda desenhada (o tal do Balbino) às 13h45 de Sábado, dando início a uma série de lançamentos, antevisões e mostras de projetos de BD nacional. Vai valer a pena.
Depois disso, estarei presente no Artist's Alley (no Grande Foyer do Fórum) para autografar livros (este e outros que tenha escrito e/ou editado) na companhia do Pedro e de artistas como Jorge Coelho, André Caetano, Joana Afonso, Osvaldo Medina e Nuno Saraiva, entre outros.
Apareçam!
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sexta-feira, 10 de junho de 2016
quinta-feira, 26 de maio de 2016
Lançamento "O Incrível Tarantantan de Balbino o Esfutricador"
Vem aí palhaçada da grossa...
Pois é, este Sábado dia 28 ás 16h será apresentado no Festival Internacional de BD de Beja o livro que ninguém pediu, ninguém faz questão que exista e muito provavelmente ninguém vai ler. Será no Pax Julia - Teatro Municipal que o nosso Balbino verá a luz do dia... E o seu nascimento contará com a minha presença, com a do ilustrador Pedro Carvalho e do editor Mário Freitas enquanto parteiros oficiais.
Apareçam e não percam a oportunidade de "balbinar" um pouco.
Agora, deixo-vos com alguns pormenores das pranchas...
... e também o texto do press release:
“BUM
BIDUM BIDUM DUM!”
gritou Balbino, agitando a pata de porco.
Uma criança jurou um dia que iria tornar-se no
mais poderoso super-herói do mundo. Não para proteger os fracos e oprimidos ou
para erradicar o mal da Terra, mas antes para subjugar tudo e todos à sua
vontade. Essa criança cresceu e tornou-se num badocha, barbudo, desempregado,
sebento, onanista e residente na cave da casa da sua mãe idosa, passando os
dias diante do computador, entre latas de Coca-cola, lenços ranhosos e
plásticos de rebuçados. Um dia, Balbino recebe a visita de extra-terrestres que
decidem cumprir o seu sonho de infância. Mas cedo vai descobrir que tanto os ETs
como os sonhos de infância são estúpidos.
Escrito por André Oliveira e desenhado por
Pedro Carvalho, numa co-edição entre Kingpin Books e Ave Rara, O Incrível
Tarantantan de Balbino o Esfutricador traz-nos exactamente aquilo que mais
gostamos: uma alucinante bufonaria em forma de BD e/ou um excelente recurso
para forrar a gaiola dos pássaros. É à escolha do freguês...
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quarta-feira, 18 de maio de 2016
Conferência "Outros Heróis e Guerreiros - Histórias Sem Tempo" no Museu Nacional de Arqueologia
Este Domingo dia 22 de Maio às 15h30 vou estar no Museu Nacional de Arqueologia para um evento fora do vulgar. Tendo como ponto de partida uma peça histórica (a Estela decorada com Escrita do Sudoeste), vou interpretá-la à luz da banda desenhada e falar um pouco acerca do universo dos heróis. A conferência contará com uma contextualização inicial pelo arqueólogo Pedro Barros.
A entrada é livre. Apareçam.
(a Estela decorada com Escrita do Sudoeste)
quarta-feira, 11 de maio de 2016
Exposição "Banda Escrita" na Galeria da Bedeteca da Amadora
Dia 12 de maio às 19h inaugura uma exposição sobre o meu trabalho em BD na Galeria da Bedeteca da Amadora. Todos os meus amigos que gostarem de estar presentes serão bem-vindos.
Os inimigos também.
Os inimigos também.
Em jeito de antevisão, Pedro Moura escreveu um ensaio crítico muito interessante e completo no seu blog Ler BD sobre grande parte dos meus álbuns. O meu muito obrigado pela atenção que dispensou a estas obras.
É possível ler o texto aqui.
domingo, 8 de maio de 2016
sexta-feira, 15 de abril de 2016
Sobressaltos - exposição de BD dedicada ao terror sobrenatural
Inaugura hoje (15 de Abril), às 21h, a exposição de BD de terror Sobressaltos, durante a 4ª edição do evento Sustos à Sexta no Palácio dos Aciprestes (Avenida Tomás Ribeiro, nº18) em Linda-a-Velha.
A mostra é organizada por Bruno Caetano e Geraldes Lino e ficará patente até 2 de Maio. Além disso, será hoje também apresentado um fanzine com as obras expostas, curtas de banda desenhada a preto e branco realizadas por um leque variado de autores nacionais: Álvaro, Andreia Rechena, eu próprio, Bruno Caetano, Carlota Borba, Filipe Alves, Joana Afonso, João Sequeira, José Lopes, José Smith Vargas, Luís Cavaco, Mosi Simão, Nuno Lourenço Rodrigues, Osvaldo Medina, Pedro Brito, Pepedelrey, Relvas, Ricardo Drumond, Rui Gamito, Rui Lacas, Santo e Tiago Pimentel.
Eu participei com o argumento de "Casca" (com Osvaldo Medina), "Em Nós" (com Ricardo Drumond) e "Purga de Janeiro" (com João Sequeira).
(pormenor de "Casca")
(pormenor de "Em Nós")
(pormenor de "Purga de Janeiro")
domingo, 10 de abril de 2016
quarta-feira, 9 de março de 2016
sábado, 13 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
Entrevista podcast Falar Criativo II
Aqui fica a segunda parte da conversa que tive com o Rui Branco no seu podcast Falar Criativo, depois do primeiro round em Novembro do ano passado. Falámos dos projectos de banda desenhada, do The Lisbon Studio, do passado, do presente e do que está para vir.
Caso queiram, podem ouvir aqui.
domingo, 31 de janeiro de 2016
Debate/Exposição "Expansão e Desafios da BD Portuguesa" na Leituria
Próximo Sábado, dia 6 de Fevereiro às 17h30, vou estar na livraria Leituria (Rua Dona Estefânia 123A) para a inauguração de uma mostra de pranchas de livros editados pela Kingpin Books (entre os quais estará o meu Vil - A Tragédia de Diogo Alves).
Dar-se-á também lugar a um debate com o tema "Expansão e Desafios da BD Portuguesa", que contará com a presença dos autores Carlos Pedro, David Soares, Joana Afonso, Mário Freitas, Nuno Duarte, Osvaldo Medina e Sónia Oliveira... Além de mim próprio, claro.
Apareçam.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
"Só mais uma ideia duvidosa" por Sofia Mota, sobre a exposição no AmadoraBD 2015
Durante os preparativos do AmadoraBD 2015, quando me perguntaram qual seria a pessoa que eu gostaria de apontar para escrever o texto sobre a minha exposição, decidi optar por uma via diferente da usual. Haveria certamente um grupo de jornalistas meus conhecidos e outras pessoas ligadas à BD que estariam aptas para o trabalho. No entanto, acabei por convidar alguém que acompanha o meu percurso desde os primeiros esboços do primeiro argumento. Alguém com quem partilho a vida, que me conhece, a mim e ao que tenho feito, como ninguém. Fica o texto da Sofia Mota para o catálogo do festival, ainda por editar.
Só mais uma ideia duvidosa.
Começo por dizer que aceitar o convite para escrever este
texto talvez tenha sido uma das decisões mais disparatadas que já tomei. Para
quem procura uma leitura com alguma profundidade e conteúdo e, a bem dizer,
qualquer interesse no que à banda desenhada diz respeito, o mais sensato será
passar directamente para o texto seguinte.
Quando o André me abordou sobre o assunto, e tudo não passava
de uma intenção, abstracta e distante, percebi a razão da escolha...
"Alguém mais próximo do autor, neste caso a sua mulher, que não pertence
ao círculo da BD e que pode partilhar algo mais pessoal, diferente do
habitual". OK, achei que fazia sentido. Porque não?
Mas agora, em cima do acontecimento, sem saber bem o que
escrever e com umas quantas folhas em branco por preencher, isto já não me
parece tão boa ideia.
O que talvez até seja adequado. Ideias duvidosas, com o
André, são umas atrás das outras.
Felizmente, algumas acabam por se transformar em algo bom.
O que nos leva a Hawk.
A premissa para estas páginas foi um contratempo real que se passou com um
amigo que, como o Vicente, se viu forçado a passar um fim-de-semana com um
falcão que lhe irrompeu pela casa adentro.
Porém, à parte deste rastilho de inspiração, as personagens da
história expõem algo de profundamente pessoal, familiar e autobiográfico. Experiências
não somente contadas, mas sentidas ou
vividas, na primeira pessoa. Mas
provavelmente não é preciso viver com o André para perceber isso. Tal como em
quase tudo o que escreve, ele aborda aqui algumas das suas próprias inquietações
e consumições, vivendo-as através das suas personagens, e assim procurando um
sentido para elas.
Neste caso, através do desenho do Osvaldo Medina e cor da
Inês Falcão Ferreira, leva-nos a acompanhar este Vicente, com todas as suas
fobias paralisantes e ansiedade crónica. Explora a dor da perda e a solidão, as
aflições da mudança. Põe-nos a pensar em como "o que faz a vida importante são pessoas e momentos que se vão perder
para sempre". No fundo, uma história bem disposta.
Com o selo da Kingpin Books, e edição de Mário Freitas, Hawk tem um significado especial porque foi
a primeira obra de maior fôlego a ser lançada em nome próprio.
Até lá, ao longo de anos de dedicação, assisti de perto a um
crescendo de pequenos marcos e conquistas na sua busca pela oportunidade de
poder contar histórias. Que assumem várias formas e feitios mas são sempre,
sempre uma parte de quem ele é.
Obviamente, não sou uma académica de BD, nem tão pouco me
atrevo a considerar-me uma fã. É que, ao acompanhar o André a encontros do
"meio", já fui involuntariamente vista como tal e, ao que parece,
isso significa ser abalroada por ininterrupta e, para mim, absolutamente
incompreensível verborreia bedéfila. São sacríficios que se fazem por amor.
Dizem.
Este meio da banda desenhada apaixonou-o desde cedo mas o
percurso como argumentista começou a ganhar forma no último ano da faculdade, quando
se viu com apenas duas disciplinas para fazer e, portanto, muito tempo livre; resultado
da brilhante ideia de ter chumbado a uma única cadeira em todo o curso... que
foi só a cadeira nuclear do 1º ano.
Dedicou-se então a escrever as suas primeiras amostras de
argumento, enquanto dirigia o núcleo de banda desenhada da faculdade. Julgo que mais ou menos por essa altura
começaram também as nossas incursões pelo país, fazendo várias centenas de
quilómetros para ver, a um canto mal iluminado, numa exposição deserta de uma
qualquer cidade do interior, duas pranchas de argumento seu. Quiçá um primeiro
e terceiro lugar num concurso com três participações. A verdade é que estas viagens
serviam mais como pretexto para passarmos uns fins-de-semana diferentes, só os
dois, conhecer novos recantos do país mas, ainda assim, fico satisfeita por
poder testemunhar uma evolução até aos dias de hoje. Os eventos tornaram-se um
pouco mais concorridos, algumas exposições foram já em nome próprio e, em vez
de participar em concursos, começou a fazer livros.
No entretanto, os projectos foram-se sucedendo a um ritmo
incessante. Desde a participação e co-edição em vários números da publicação Zona, ao desafio mensal como editor e
argumentista de BD na revista Cais, à escrita de Volta, Tiras do Baralho, e
o lançamento da Ave Rara com a série Living
Will e agora Gentleman, entre
outras tantas pequenas publicações e vários argumentos que não chegaram
(ainda?) a ver a luz do dia, grande parte do seu tempo é consumido por BD, libertando-me
para consecutivos serões de trash TV.
Alguém tem de equilibrar a produtividade lá de casa.
Uma etapa determinante neste percurso foi a integração no The
Lisbon Studio. Sem qualquer ocupação profissional fixa, decide passar os dias a
"trabalhar", disse ele, junto de uma trupe de artistas, ilustradores e
afins. Outra das suas ideias. Que, a bem da verdade, se reflectiu num argumentista
de BD mais motivado e criterioso, inspirado diariamente pelos vários autores
residentes, e restantes amizades que foi formando pelo meio.
Quem conhece o André, tanto pessoal como profissionalmente,
sabe como ele consegue ser multifacetado, trocar de "chapéu" e
reinventar-se, não se regendo por quaisquer falsas pretensões de coerência. Compreensivelmente,
não há área da sua vida onde esta recusa de auto-limitações seja mais óbvia do
que no seu percurso como argumentista que, digamos sem medo, acaba por roçar um
pouco a esquizofrenia.
De facto, até este ponto, acho que a sua única constante tem
sido mesmo o esforço diário que dedica ao simples sonho de poder partilhar as
suas histórias, de preferência em banda desenhada, com o máximo de pessoas interessadas.
Fá-lo por gosto e opção, é certo, mas com uma disciplina e uma perserverança
difíceis de encontrar e honestamente irritantes.
Se há uma fobia que o caracteriza é o medo de parar. A
inércia causa-lhe urticária. Mesmo que às vezes possa não saber para onde,
prefere continuar a andar. Ou a correr. O que, quando estamos perdidos em
viagem, por exemplo, não é de todo a melhor ideia. Mas como autor, pelo menos,
parece levá-lo sempre a qualquer lado, ainda que lá fique por pouco tempo.
Neste momento, pelo que sei, tem quatro novas histórias
prestes a ser lançadas: Vil com Xico
Santos (Kingpin Books), Tormenta com
João Sequeira e Milagreiro com vários
ilustradores (ambos pela Polvo), para além do novo número do seu Living Will, com Joana Afonso. Claro
que, para além disto, e apesar de o ouvir constantemente a anunciar que tem de
"reduzir" (como se estivesse a falar de droga), tem vários outros
projectos em curso. Mas eu já nem tento estar a par de tudo o que vai naquela
cabeça. Tentar seria provavelmente um esforço em vão.
No fundo, por mais que isso lhe custe tantas noites mal
dormidas ou que volta e meia maldiga a sua mania de se meter em tudo, eu sei
que de alguma forma ele há-de continuar a criar o seu caminho através das ideias,
por vezes duvidosas, que ele transforma em histórias. Fazendo-o sempre nesta ambiguidade
em que vive; algures entre o ímpeto de sentir que tem algo relevante para dizer
e a constante insegurança que o faz duvidar se alguém quer ouvir.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
quarta-feira, 6 de janeiro de 2016
Os "Mundos em Segunda Mão" de Zograf
Durante anos, estivesse a trabalhar numa agência de
comunicação ou no The Lisbon Studio, fazia sempre duas viagens de carro, ao princípio
e ao final do dia. Acabavam por ser uma espécie de exercício de meditação. Procurava
colocar as ideias em ordem e algumas vezes posso dizer que esse ensaio se
revelou proveitoso. No entanto, nos últimos tempos, uma mudança no percurso
profissional fez com que desse mais jeito fazer essas mesmas viagens de
comboio. E aí, é justo dizer-se, abriu-se um novo leque de possibilidades.
A leitura de banda desenhada tornou-se mais presente, mais
intensa, parte do meu dia-a-dia. E um certo voyeurismo
também, pois é comum levantar os olhos do livro por uns segundos e observar
os edifícios, os carros, as pessoas que estão à janela ou passeiam à beira-rio.
São pequenos momentos de cultura e pesquisa, que posso dizer que quase
encontram a fusão perfeita nos dois volumes Mundos em Segunda Mão do autor de BD sérvio Aleksandar Zograf.
Apesar de já por cá andar há alguns anos (esteve presente no
Salão Lisboa em 2003 e duas vezes no Festival da Amadora), só agora tomei
contacto com parte da sua obra (shame on me!), e fiquei fã. Sou um curioso por
natureza e tenho especial predilecção por transportar-me para realidades distantes
da minha, sejam elas reais ou não. A verdade é que nestes livros, e através de
episódios curtos, Zograf ilustra um passado histórico e pictórico que me interessa
muitíssimo, seja a recordar episódios de guerra, os bombardeamentos na sua
cidade natal, a apresentar os "tesouros" que invariavelmente descobre
em feiras de rua ou a contar episódios de infância, passados no seu país, que
me parece tão parecido e tão diferente do meu.
Zograf conhece o património da sua região e explora-o como
quer. Descobre-o como bem entende, tomando-nos como cúmplices e parceiros de
viagem. Sem seguir regras, sem se preocupar com estereótipos ou ideias
pré-concebidas. Este é o seu universo e a sua mensagem, expostos aos nossos
olhos de maneira livre e autêntica.
Onde quer que se viva, o mundo é um lugar estranho.
É uma pena que tantos não o vejam como tal.
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